Pós instalação em Distros Linux e imagem do sistema

 Por Ciro Mota |  24, Julho 2020 |  Tempo de leitura aproximadamente 5 minutos.
 Edições: Adição de bloco de anúncios Em 19, Setembro 2023.

Olá amigos, como vão?
Em mais um artigo da série de otimizações para pós instalação em Sistemas Operacionais, chegamos a vez de falarmos sobre Linux. Se você caiu de paraquedas neste artigo, confira os outros abaixo que foram escritos anteriormente.

Mas três artigos dedicados a coisas do Windows e somente um para Linux? Sim meus caros amigos, porque a coisa no pinguim é muito, mas muito mais simples que no Windows. Enquanto que o maravilhoso sudo apt install pacote resolve quase todas as dificuldades de instalações de programas no Linux, no Windows sabemos que teremos que ir no site dos desenvolvedores, download e finalmente instalação. A excelente ferramenta Open Source Chocolatey que já falamos aqui, é uma mão na roda para essa lacuna. E tanto Choco quanto principalmente o apt são tão práticos que foram copiados, hoje há o winget ainda que engatinhando.

Sem mais delongas, vamos ao assunto.

Shell Script

Essa talvez seja a alternativa mais simples das três que mostrarei aqui. Nada mais simples e prático do que executar um único comando e ver a mágica acontecer. Pois é, é dessa forma que podemos tratar o Shell Script, é necessário um desprendimento de tempo apenas uma única vez com ele para a sua montagem, em seguida após a instalação do sistema e com apenas a execução de um simples comando teremos todos os apps necessários instalados e um pouco mais, como execução de outros comandos.

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E isso pode ser utilizado em qualquer cenário, eu por exemplo mantenho um (sempre atualizado) que utilizei em meu PC pessoal. Utilizei algumas ideias que encontrei para monta-lo. Quem possui o domínio de escrita de scripts tirará muito mais proveito desta opção. O apt é maravilhoso, mas o Shell Script nos renderá uma boa economia de tempo nas tarefas de pós instalação.

Meu Pos Instalação

O diretório Skel

Quem trabalha em empresas pode ter que configurar sempre o ambiente de trabalho para novas contas de funcionários. E é ai que entra o diretório /etc/skel, ou esqueleto, com ele podemos dividir as atividades de pós instalação em duas etapas:

  1. A primeira é executar o passo anterior em um PC recém instalado para instalação dos apps. Configura-lo de acordo com as necessidades, por fim…
  2. Na sessão de usuário que personalizou, execute o comando no terminal sudo cp -rT $HOME /etc/skel
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Dependendo da quantidade de personalizações efetuadas, de apps instalados na /home e da leitura do disco, pode demorar um pouco para que a cópia dos arquivos seja concluída. Poderá demorar também para que a criação do novo usuário ocorra (Preparando área de trabalho feelings?), afinal haverá novamente a cópia do diretório “/etc/skel” para a nova “/home” do usuário. Tarefa a ser feita apenas uma vez e modificada se houver necessidade.

Linux Mint com criação de usuário e teste do Skel

Cubic

Cubic (Custom Ubuntu ISO Creator). Aqui o mais completo procedimento que dá para ser utilizado. A ferramenta Cubic geralmente é destinada a criação de remasterizações de Distros, mas que serve otimamente ao nosso propósito. Infelizmente sua utilização se torna restrita aos Ubuntu based, ou seja, Ubuntu e seus diversos sabores.

A instalação da ferramenta é simples e bastando apenas a adição de um PPA:

sudo apt-add-repository ppa:cubic-wizard/release -y
sudo apt update -y
sudo apt install cubic -y

Existem tutoriais diversos internet à fora sobre como usar em detalhes essa ferramenta. Ao chegar no modo de terminal nós teremos uma sessão de root com a .iso, podendo excluir pacotes e instalar. Aqui podemos facilmente usar um Shell Script como descrito acima, para automatizar as funções de instalação.

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Tomando como base uma Distro muito querida dos brasileiros que é o Linux Mint, podemos setar algumas configurações via terminal, por exemplo:

Aqui trocamos o Wallpaper:

gsettings set org.cinnamon.desktop.background picture-uri "file:///usr/share/backgrounds/linuxmint-ulyana/vovalente_brazilian_winter.jpg"

Aqui alteramos o tema da barra de título:

gsettings set org.cinnamon.desktop.wm.preferences theme 'Mint-Y-Dark'

Aqui o tema das janelas:

gsettings set org.cinnamon.desktop.interface gtk-theme 'Mint-Y-Darker-Blue'

Aqui o tema da Área de trabalho:

gsettings set org.cinnamon.theme name 'Mint-Y-Dark-Blue'

Este comando nos permite adicionar ícones na Área de trabalho:

sudo cp /usr/share/applications/google-chrome.desktop $HOME/'Área de Trabalho'
sudo chmod 755 google-chrome.desktop
sudo chown user:user google-chrome.desktop

Este último concordo, é mais simples montar com uma sessão de usuário ativa.

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Para mais detalhes de quais comandos o Linux Mint aceita ser configurado via gsettings execute no terminal gsettings list-recursively.

Enfim, ao final do processo nós teremos uma .iso pré configurada, pronta para ser instalada já com os apps usuais.

Outra ferramenta que pode ser destacada é a PinguyBuilder, mas que nesse momento ainda não foi atualizada para suporte as bases mais novas do Ubuntu e suas flavors. Uma outra ferramenta, fantastica e que criaria literalmente uma imagem completa do sistema, era a Systemback, que infelizmente não está mais sendo mantida. Encontrei este fork e vamos aguardar se o projeto se desenvolverá pois sem dúvida, das três citadas neste artigo, ela seria a melhor opção.

As possibilidades no Pinguim são muitas, aqui vale a pesquisa e adaptação em cada cenário. Deixe logo abaixo nos comentários quais alternativas usa, ou indique outras que eu não tenha citado aqui.

Espero que este artigo seja útil a vocês.